segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Asta la vista - parte 02

Minha amiga Mari Monteiro fez a cobrança e ela está certa. “Esperava outro tipo de mensagem de despedida”, disse a Mari. Ela tem razão, eu poderia ser mais sensível e já ter começado a dizer o quanto eu vou sentir a falta disso tudo. Mas aí eu certamente ia desistir de entrar no vôo São Paulo-Frankfurt: ia sair correndo e me esconder naquele cantinho embaixo da escada que tem na cozinha da Pedaços até pararem de me procurar.

É difícil aceitar ir embora. E enquanto as pessoas falam, olhinhos brilhantes, felizes pela experiência maravilhosa que está por vir, eu vejo que sou feliz aqui. Minha filha é feliz aqui, temos mais do que precisamos, temos amigos, família, coisas que não se substitui. Não vejo outra coisa senão uma desagradável separação do meu trabalho, que me ajudou a sair da tristeza que me arrebatou quando perdi Júlia. (Minha filha Júlia morreu em 2004, depois de uma batalha de 8 meses e 9 dias contra sérios problemas cardíacos). Enterrei a cabeça no trabalho e o scrap me ensinou a guardar as mais preciosas lembranças dela de uma forma mais terna, com menos revolta.
Pronto, contei o segredo. Nada é simples.
“Aunque en mi actitud no soy tan evidente, no puedo sufrir más. Que el dolor cuando es por dentro es más fuerte”... (no clima do novo idioma, parafreseando Alejandro Sans)

Malas prontas?
Não. Mas falta pouco.

EM TEMPO, DANDO A VOLTA EM MIM MESMA:

Meu estoque de material foi encaixotado e arrematado pela valente Márcia, dona da loja Pequeno Mundo, de Jurerê Internacional. Valente porque a moça está mandando bala em aumentar o material disponível, investe muito em aulas e está querendo montar um espaço de scrap na loja da Lagoa. Vocês ainda vão ouvir falar muito dessa moça.

Vocês viram? Chegou argola articulada na Estripulia e na Pequeno Mundo. Mas todo mundo sabe que as danadinhas duram pouco... A Estripulia colocou uma mesinha no primeiro piso da loja para quem quiser se empolgar por ali mesmo. Agora dá pra ficar combinando papéis e materiais e levar os projetos encaminhados pra casa.

Sai do forno, em dezembro, mais uma remessa de álbuns chipboard Papel Bonito, que foram exterminados pelas scrapmaníacas em menos tempo do que o esperado. Ainda bem, porque o caviar aqui de casa estava quase acabando...

2 comentários:

Mari Monteiro disse...

Olha, se com Parte 1 eu já chorei, agora tô me acabando aqui. Adoro vc e vou sentir muito a sua falta, mas tenho certeza que lá vc irá encontrar pessoas que reconheçam o seu valor como amiga e como profissional. Eu vou estar aqui torcendo por isso. Bj grande.

Anônimo disse...

Snif. Lacrimejei.
beijos